 POR TRÁS DA  ENXAQUECA
POR TRÁS DA  ENXAQUECADescubra  as diferenças e como se livrar do mal que atinge mais  mulheres
  
  A  enxaqueca atazana a vida de 35 milhões de brasileiros, mas não é um mal que a  gente tenha de agüentar. Por outro lado, esqueça a idéia de que o fim do  problema está encapsulado num comprimido. "O melhor tratamento engloba um  conjunto de ações. Só remédio não é suficiente. Ele não atua na causa, apenas no  sintoma", diz Alexandre Feldman, médico e autor de A  Dor de Cabeça Morre pela Boca (Editora  A Girafa, R$ 34,90). Com o tempo, os comprimidos até param de fazer efeito. Por  isso, é essencial procurar outros caminhos para aliviar a dor e tentar enxergar  o problema como algo global. A mudança de alguns hábitos pode fazer uma  diferença e tanto. "Se durmo pouco, fico com dor de cabeça. Mas evito tomar  remédio, acho que eles só devem ser usados por quem tem crises muito fortes.  Para melhorar, procuro deitar num quarto escuro e cochilar", conta Fernanda  Machado, a Joana de Paraíso  Tropical. O fato  de saber identificar o que desencadeia a crise, assim como a atriz aprendeu a  fazer, é importantíssimo. 
  
Livre-se  da gangorra emocional
  Para cada  homem que sofre de enxaqueca, há seis mulheres padecendo do mesmo mal. A  explicação está nos hormônios femininos, em especial no estrogênio. "Estudos  indicam que as crises de enxaqueca na mulher são mais intensas e de maior  duração durante a época menstrual", orienta o neurologista Abouch  Krymchantowski. Quando a menstruação vem ou está para vir, os níveis de  estrogênio no sangue despencam, o que acaba provocando as dores de cabeça.  Essa
montanha-russa se agrava com o uso de pílulas anticoncepcionais. Os  comprimidos contêm doses extras de hormônios, e quando a cartela termina o  organismo se
desequilibra, deixando o caminho livre para a enxaqueca se  instalar até que a mulher inicie um novo ciclo. Alguns médicos optam por  substituir a pílula por outro método. Ou, então, a paciente pode ser orientada a  emendar uma cartela na outra. Converse com o seu ginecologista a respeito.  
  
Reveja  seus hábitos alimentares
  •  DIMINUA bastante  a ingestão de açúcar. Esse ingrediente eleva demais os níveis de serotonina no  cérebro. O excesso da substância estimula a dor. Substitua os doces por  frutas.
• NUNCA use  adoçantes dietéticos. Não se sabe exatamente o porquê, mas a sacarina e o  aspartame têm sido associados a cefaléias.
• EVITE temperos  artificiais, como aqueles à base de glutamato monossódico, tabletes de caldo de  carne e corantes.
• ACRESCENTE pimenta à  comida. Ela estimula a produção de endorfinas, substâncias analgésicas do nosso  organismo.
• TROQUE o uso de  margarina e de óleos vegetais pelo azeite de oliva extravirgem. Estudos  relacionam o azeite prensado a frio a efeitos analgésicos.
•  NÃO  EXAGERE no  consumo de café, chocolate, queijos, iogurtes, vinagre, amendoim e de bebidas  alcoólicas. Esses alimentos contêm substâncias que interferem na dilatação dos  vasos sanguíneos da cabeça, o que causa dor.
  
Mude  a rotina e solte os músculos
  •  DEITE-SE mais  cedo. Dormir tardeé um veneno para o equilíbrio do corpo.
•  FAÇA um  relaxamento duas vezes ao dia. Por 20 minutos, isole-se, desligue a mente e  solte os músculos. Se tiver possibilidade, invista em sessões de massagem sempre  que possível.
• BEBA pelo  menos 2 litros e meio de água por dia.
•  EXERCITE-SE com  moderação. A falta de atividade física pode favorecer o aparecimento de  cefaléias, mas o excesso é igualmente prejudicial. Uma caminhada diária de 20  minutos seguida de um alongamento cai bem.
• DÊ  GARGALHADAS, melhore  o humor, procure viver situações divertidas e momentos de descontração.  
  
Dor  de cabeça é uma coisa; cefaléia, outra
  Nós  costumamos usar os dois termos com o mesmo sentido, mas dor de cabeça e  enxaqueca são diferentes. A dor de cabeça é sempre sintoma de uma outra doença,  que pode ser pressão alta, sinusite, gripe e centenas de outras. Enxaqueca não é  sintoma, é a própria doença. O que ocorre é que a dor de cabeça é o sintoma mais  marcante da enxaqueca, que também pode causar náuseas, visão embaçada e  formigamentos. Geralmente, a enxaqueca provoca fortes dores de cabeça durante  algumas horas ou até dias, mas a região que dói costuma mudar em cada crise. A  causa da enxaqueca é um desequilíbrio químico no cérebro, provocado por  alterações hormonais, hábitos de vida errados e predisposição genética.