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Lanches que parecem leves, como barras de cereais, podem ter muitas calorias e gorduras
Em vez de um chocolate, uma barra de cereal. Em vez de um refrigerante, uma lata de chá ou uma caixinha de suco. Num primeiro momento, esses alimentos parecem opções mais saudáveis para a hora do lanche. Os fabricantes, inclusive, insinuam essa tese em seus rótulos. Mas basta virar a embalagem e ler a composição para perceber que nem todos são tão inocentes como parecem.
Aditivos químicos e adoçantes transbordam em alguns produtos. E, para piorar, pesquisadores da Universidade de Pardue, nos Estados Unidos, divulgaram um estudo que atesta: o uso de sacarina, adoçante fartamente encontrado em produtos dietéticos, pode engordar mais do que o açúcar. Porém, entre os nutricionistas, o vilão atende pelo nome de gordura trans – forma modificada artificialmente de gordura, usada para conservar a consistência dos alimentos.
Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige que o fabricante cite a concentração desse ingrediente. Para despistar, muitos citam “zero gordura trans” no rótulo e descrevem uma baixa concentração na tabela de informações nutricionais. O que a empresa até diz, mas o consumidor dificilmente vê, é que aquele pequeno percentual eqüivale a uma porção mínima do alimento – em um pacote inteiro de biscoitos cream cracker, por exemplo, referese a três unidades.
Em geral, come-se mais do que é indicado na porção do fabricante. Facilmente, a pessoa extrapola a recomendação de dois gramas diários de gordura trans.
Muitas pessoas têm a falsa impressão de que vão conseguir bons resultados em uma dieta comendo apenas alimentos com baixa caloria. O índice glicêmico, hoje, é considerado um elemento de avaliação até mais importante do que o valor calórico do alimento.
E o que seria isso? Em uma definição simples, seria a velocidade levada pelo alimento para ser digerido e para que o açúcar siga para a corrente sangüínea. Castanhas, por exemplo, têm alto valor calórico. Mas por terem digestão mais lenta e outros nutrientes, levam mais tempo para serem digeridas do que um biscoito light. Um exemplo semelhante ao do biscoito é o que ocorre com a barra de cereal. Tábua de salvação dos apressadinhos, ela provoca um pico – e uma conseqüente queda – de glicose no sangue.
Naturalmente, a tendência do corpo é de retomar a sensação de fome, às vezes de forma mais intensa. A situação se agrava quando a barra vem acompanhada por uma camada de chocolate ou doce de leite.
No fim das contas, não muda muito. Apesar das fibras do cereal, a concentração de açúcar e gordura fica próxima à de um chocolate comum.